Um dos assuntos quem tem
mais me incomodado nos últimos dias é o fato das pessoas confundirem ou não
terem entendimento sobre dois assuntos distintos que por muitas vezes se
confundem.
Rito, de uma forma
simplificada, é um conjunto de palavras e atos que, realizados de forma
sucessiva e ou repetida, formam uma cerimônia. São atividades organizadas nas
quais as pessoas se expressam por meio de gestos, símbolos, linguagem,
comportamento.
Espiritualidade é a
instância ou dimensão última do ser humano. É uma realidade humana que está
presente em todos os homens. É a dimensão do homem que faz com que este
pergunte pelo sentido da sua vida. Pelo que vale a pena viver e pelo que vale a
pena morrer.
Muitas pessoas,
principalmente os que acham que detém a autonomia do divino, têm confundido
rito com espiritualidade. O rito é externo ao homem, se restringe a locais,
seja um templo, uma sala ou o seu quarto; ele só pode ser praticado ali, em
determinado horário ou dia; e com a ajuda de materiais (velas, livros, orações
programadas, amuletos). Enquanto que a espiritualidade, à medida que é
intrínseca ao homem é interna, logo não está presa às limitações do rito. A
espiritualidade é interna e independe dos limites físicos relacionados à
estrutura.
A problemática dos dias de
hoje é que as pessoas se valem do rito para dizer que possuem uma
espiritualidade. O rito não exclui a espiritualidade, mas esta transcende
aquele. A espiritualidade precisa ser maior que o rito, pois este é apenas parte
do que eu faço, mas a espiritualidade faz parte de quem eu sou.