quinta-feira, 14 de abril de 2016

Rito Vs. Espiritualidade

Um dos assuntos quem tem mais me incomodado nos últimos dias é o fato das pessoas confundirem ou não terem entendimento sobre dois assuntos distintos que por muitas vezes se confundem.

Rito, de uma forma simplificada, é um conjunto de palavras e atos que, realizados de forma sucessiva e ou repetida, formam uma cerimônia. São atividades organizadas nas quais as pessoas se expressam por meio de gestos, símbolos, linguagem, comportamento.

Espiritualidade é a instância ou dimensão última do ser humano. É uma realidade humana que está presente em todos os homens. É a dimensão do homem que faz com que este pergunte pelo sentido da sua vida. Pelo que vale a pena viver e pelo que vale a pena morrer.

Muitas pessoas, principalmente os que acham que detém a autonomia do divino, têm confundido rito com espiritualidade. O rito é externo ao homem, se restringe a locais, seja um templo, uma sala ou o seu quarto; ele só pode ser praticado ali, em determinado horário ou dia; e com a ajuda de materiais (velas, livros, orações programadas, amuletos). Enquanto que a espiritualidade, à medida que é intrínseca ao homem é interna, logo não está presa às limitações do rito. A espiritualidade é interna e independe dos limites físicos relacionados à estrutura.


A problemática dos dias de hoje é que as pessoas se valem do rito para dizer que possuem uma espiritualidade. O rito não exclui a espiritualidade, mas esta transcende aquele. A espiritualidade precisa ser maior que o rito, pois este é apenas parte do que eu faço, mas a espiritualidade faz parte de quem eu sou.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Geração Líquida Moderna Vs. Propósito Divino Eterno

Não é de hoje que se sabe que vivemos em uma sociedade em que existe a perda dos valores, parece que não existe mais um norte a ser tomado, não existem mais regras a serem seguidas, cada um parece inventar, criar e seguir sua própria regra.

Isso é o que o sociólogo polonês Zygmund Bauman chama de um mundo líquido moderno, i.e., assim como um líquido, ele jamais se imobiliza nem conserva sua forma por muito tempo. Quase tudo no nosso mundo está sempre em mudança. O que parece correto hoje, amanhã já será fútil e incorreto.

Diante desse quadro que nos é apresentado, fico imaginando e entendendo o porquê da dificuldade que a atual igreja, principalmente aqueles que estão em mais contato com essa liquidez, enfrentam. Dificuldade em qual sentido?

Do outro lado da balança coloco o propósito eterno estabelecido por Deus para cada um que acredita nele. Um propósito, predeterminado segundo a boa, perfeita e agradável vontade dele, que não muda, algo bem sólido, que vai de encontro a essa liquidez moderna.

Tudo muda muito rápido, as tendências, as estratégias de crescimento, de se fazer igreja, de atrair pessoas para o culto. A linguagem se transforma. E nós, enquanto igreja, ficamos diante disso, ao que me parece, perdidos! Pois muitas vezes temos ido atrás da liquidez em vez de ir atrás da solidez, que é Cristo, a rocha.


Por que esperar vários anos até que o processo se cumpra e a vontade se estabeleça se eu posso me adequar à novas tendências, fazer coisas e obter resultados até melhores do que se eu esperasse por aquilo que não muda?!

Essa é uma grande problemática a qual devemos estar atentos para não negociarmos o nosso propósito eterno. Que você não se deixe ser levado pelo balanço da liquidez, mas esteja firme na rocha!

O que aprendi com o profeta Natã?

A história do profeta Natã é encontrada nos livros de I e II de Crônicas. Ele viveu no mesmo tempo em que reinou Davi e depois seu filho Salomão. Foi a este profeta que Davi contou a vontade de edificar o templo de Deus e também por meio dele Deus falou que não seria através de Davi, mas sim por meio de um de seus filhos. Este também foi o profeta que confrontou Davi em seu pecado, além de ter criado Salomão.




Natã foi um homem que deve ter influenciado várias pessoas, porém as mais conhecidas são os reis Davi e Salomão. O profeta confrontou um pecado (2 Sm 12:7) e teve a oportunidade de criar um “amado do Eterno” (2 Sm 12:25). Então, o que eu aprendo com o profeta Natã?

Quando eu tenho um pecado confrontado por Deus, e me posiciono com o arrependimento como Davi o fez, Deus me dá a oportunidade de dar vida a um filho, que será amado por Ele e que irá construir um templo para a adoração do Deus vivo.

Filho e templo aqui, não literais, mas um filho no sentido de uma mensagem (um propósito de vida, uma obra) e um templo no sentido de um altar. Duas coisas que todo cristão deveria levar consigo: uma mensagem e um altar. Só consigo compreender a mensagem que Deus tem pra mim quando me arrependo, troco as minhas vestes (2 Sm 12:20) e mudo a minha mentalidade. Só construo um altar para Deus quando a minha vida passa queimar pela a mensagem que carrego.


Isso é o que devemos aprender com o profeta Natã, a correção de um pecado gerará uma mensagem, pois na área em que você se acha mais fraco é justamente a área que Deus vai te tornar mais forte. E nessa área que Deus tornará forte, você levantará um altar de adoração a Ele. Os altares são móveis, nós somos os altares, logo aonde quer que formos esse altar estará sendo queimado e estará à mostra para que possamos influenciar outras pessoas.