segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Banho de Chuva

Procurei a tua presença através de um mover magnífico.
Esperei até hoje a presença dele.
Uma oportunidade onde verei a tua grandiosidade.
Aguardei por algo esplêndido.
Fora do comum.
Algo sobrenatural.
Esqueci-me, porém, que tu, ó Eterno, faz-te perceber através das coisas simples.
Tu podes ser encontrado na simples precipitação de gotas de água caindo do céu.
A chuva.
Tão simples, só cai, quando tu queres.
A chuva que lava a alma, que traz consigo renovo.
Que mata a sede.
Mata o calor.
Mata também a dormência de não perceber a presença do eterno em uma de suas criações.
Tua grandiosidade pode ser percebida através dela.

Preocupei-me tanto em te sentir através de um mover magnífico que me esqueci de te encontrar no derramar de uma chuva, oh eterno!

sábado, 12 de outubro de 2013

Metáfora da ampulheta

A vida é uma ampulheta onde a areia que cai são os dias da existência que vão passando como possibilidades. Onde a areia que está na parte superior são as possibilidades a serem realizadas. E onde a areia descansada no fundo dela, é tudo aquilo que construiu. O que tem construído no decorrer da existência? O que você vai deixar de realizado, de concreto nesse mundo?
A parte superior da ampulheta é a parte das possibilidades, são várias, inúmeras; elas aparecem todos os dias, a todos os momentos. Porém, você pode escolher uma de cada vez a cada situação que lhe for apresentada. Pode transferir para a parte do realizado (a parte inferior da ampulheta) apenas uma escolha de cada vez. Uma escolha que vai guiando. Que vai traçando. Que vai deixando a sua marca nesse mundo concreto. Você tem nas mãos a possibilidade de escolher, de tomar as rédeas em cada realização de valor e sentido. Escolha! Você tem escolhido ou fugido de escolher? Apenas lembre-se: a fuga da escolha, já é uma escolha.


 Preste atenção na parte mais estreita do instrumento. Essa é a parte da decisão. É a parte onde apenas uma das várias possibilidades que são apresentadas em cada situação é que irá ser depositada no fundo da ampulheta, na parte do realizado. Portanto escolha livremente, e escolha com responsabilidade. Responda perante aquilo que a vida lhe colocou. Responda perante a sua irrepetibilidade. Perante a sua forma única de existir. Responda do jeito que só você, e mais ninguém, poderá responder nesse mundo.

Com o passar do tempo, haverá mais areia caída no fundo da ampulheta do que areia para cair. O realizado vai tornando-se cada vez mais cheio do que a parte superior da ampulheta, do que a parte das possibilidades. É a existência terminando. É a finitude batendo à porta. O construído. O realizado. A tua história estará ali. Depositada. Colocada na concretude para todo mundo ouvir, ler, olhar. E por que não, se inspirar?! E o que você terá escolhido? Quais foram as suas respostas perante a vida?