domingo, 17 de fevereiro de 2013

Queimado pelo papel





O homem é um lápis. A existência, um livro em branco. O lápis risca as páginas em branco do livro da existência e vai gastando-se. É no riscar do lápis que se constrói uma história. O lápis vai diminuindo de tamanho com o passar das linhas escritas. A vida do homem vai passando, seus dias vão terminando. Assim como o lápis, que vai riscando um papel, que está sendo queimado pelo papel em branco do livro. E com o decorrer do tempo o lápis olha de si para si e enxerga que já não é mais novinho e folha; pelo contrário, já está gasto, chegando ao fim de sua vida útil. O lápis gasto olha para o lápis novo, observa-o em todo o seu potencial e se lembra de que o seu fim está próximo. Porém não sente inveja do lápis novo, pois ele – o novo - ainda não riscou nada; ainda não escreveu nenhuma linha, nenhuma história, não criou nenhum desenho, nenhum rabisco sequer. O lápis novo ainda nada deixou para o mundo. O lápis gasto, no fim de sua existência já construiu uma história; uma história que ficará no e para o mundo. O lápis gasto é assim como o homem que chega ao final de sua existência. O homem escreve a sua história, realiza possibilidades, constrói uma obra. Que história você deixará para a humanidade ler?!

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