quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Quem disse que clássico não é popular?

Lembro-me de uma chamada da extinta TVE, que deixou suas transmissões no de 2007. Aqui na cidade onde moro, ela ficava sintonizada no canal 2. Pois bem, a chamada era para um programa – que não lembro o nome é verdade – que tinha o objetivo de apresentar música clássica para os espectadores. A chamada tinha a seguinte interrogativa exclamativa narrada: “Quem disse que clássico não é popular?!”. Ao mesmo tempo em que passavam imagens dos clássicos regionais de futebol mais conhecidos do Brasil (Corinthians vs. Palmeiras; Flamengo vs. Vasco; Grêmio vs Internacional).

Ora, essa conexão não é magnífica? Os clássicos no futebol são realmente um diferencial. Basta ouvir as entrevistas dos jogadores antes de um clássico. Ouvirá: “Clássico é clássico!”, “O time não está em uma fase boa, mas nada como um clássico para mudar essa fase ruim”, “ah... ninguém deseja perder um clássico”, “Com certeza a pressão é maior em se tratando de um clássico”. O clássico, no futebol, mexe com os envolvidos, motiva-os, estressa-os, revela uma relação passional, instável. Se o time vai bem, torna-se adorado, se vai mal, odiado.

Vamos agora ao outro lado, vamos à música clássica. Na música, ela seria o oposto do que representa um clássico no futebol. A música clássica, poucas vezes ou quase nenhuma atinge o status de pop. A música clássica é impopular. Ela não é conforme aos desejos, aos interesses da maioria. Apesar de toda a sua beleza, de todo o seu feeling – para utilizar a linguagem dos músicos.

A música clássica parece falar pouco à maioria. E por quê? Por que ela assusta. A música clássica é tipo um livro bem largo, com mais de mil páginas. Nada convidativo. À primeira vista, assusta. Mas quem começa ler, gosta. E as mil páginas passam tão rápido como um Corinthians vs. Palmeiras bem jogado.

Propus-me a encarar esse livro de mais de mil páginas. Faz um tempo, é verdade, cobro-me em escutar música clássica. Protelei bastante, mas no exato momento em que escreve esse texto estou ouvindo... Bachianas brasileiras número 05 for voice and 8 cellos (1938 and 1945) I Ária, Cantinela do Heitor Villa-Lobos (música clássica de um brasileiro, isso mesmo! O Villa-Lobos é brasileiro. Muita gente não sabe disso. Inclusive eu não sabia).

Escrevo agora não como um especialista que sabe destrinchar toda uma sinfonia, mas escrevo agora apenas para dizer que vale muito a pena parar para escutar um clássico. E talvez se você é um especialista esteja até criticando o meu ritual de escrever e escutar. Mas é que realmente a música clássica tem mexido comigo.

Perguntava sempre por onde começar? Bach, Beethoven, Tchaikovsky? Ficava em dúvidas e por falta de interesse não dava o simples passo de começar. Não tem um por qual compositor, apenas tem um “comece”. Caso você nunca se interessou por música clássica e é brasileiro, indico-te (coloque no youtube) bachianas brasileiras No. 5. Simplesmente linda!


 Aproveite a viagem, depois dos primeiros minutos de susto, você acaba acostumando e deliciando-se em todo o sentimento que um clássico pode fazer aflorar.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A vida é um ciclo

Quanto mais se sabe, maior é a responsabilidade; quanto mais se aprende, maior é o sofrimento. (Eclesiastes 1:18)
A vida é sempre a mesma coisa. Parece que a vida é feita de ciclos, de vários ciclos. É como se fosse uma imensa roda gigante. Um vai e vem sem fim até a chegada do fim. Nada de novo. Nada de novidade. E o nada novamente.
É um tédio só. Uma mesmice sem tamanho. Nada tem sentido.
Assim é a vida. Assim enxerga a vida quem já viveu vários anos, e quem dedicou-se em buscar pelo sentido da vida. Essa é a percepção de Salomão acerca da vida.
A busca pela sabedoria, a busca pelo viver bem é revelador. Quem busca por sabedoria, consegue desvelar alguns mistérios da vida. Consegue perceber que nada tem sentido. Que o que vale a pena é a dedicação a Deus. Que viver a vida em busca de prazer, conhecimento, riquezas é como correr atrás do vento.
Descobrir isso é adquirir mais responsabilidades sobre a vida que se leva e sobre as escolhas tomadas. O peso é maior, o sofrimento é maior.
O conhecimento, a sabedoria doem, pois exigem mais responsabilidades. Como já dizia o tio Bem em homem-aranha: “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades”.