quarta-feira, 30 de abril de 2014

Pai nosso, venha o teu amor!

“Pai nosso, [...] venha o teu Reino.”

                “Venha o teu Reino” é uma fala de Jesus Cristo quando ora a Deus no sermão da montanha. Essa é, eu me arrisco a dizer, a oração mais conhecida e falada no mundo inteiro. A oração do Pai Nosso é um exemplo de oração que Cristo nos ensinou, porém com o passar dos anos ela tornou-se tão automática no lábio das pessoas que muitas vezes é vazia de sentido.
                É preciso refletir a cerca das palavras de Jesus, é preciso orar não da forma automática como se fosse um rito, mas antes, é preciso orar de forma consciente no sentido de interceder sinceramente ao coração do Eterno. É a partir dessa demanda que é importante fazer-se uma pequena reflexão a respeito desse trecho dessa oração.
                Na oração do Pai nosso, Jesus utiliza vários verbos no modo subjuntivo, que é o modo que expressa desejo. O nazareno, em suas palavras no sermão do monte, desejou a vinda do Reino de Deus à Terra. Na frase anterior da oração o mestre diz “Santificado seja o teu Nome”, ele tem o desejo de concluir a tarefa de tornar-se semelhante a Deus. Mas podemos perguntar: como realizar isso? E o próprio Jesus dá a deixa: “Venha o teu Reino”.
                Trazer o Reino de Deus é cumprir a tarefa de tornar-se semelhante a Ele. Deus é um Deus que intervém na história, é só analisar a biografia da humanidade. Têm-se fatos onde é possível perceber a intervenção da mão divina. Vir o Reino de Deus à Terra é intervir na história!
                Reino é uma forma de governo, onde a autoridade está sob um rei. Deus é o rei e quem quiser fazer parte do seu reino que esteja debaixo de suas diretrizes. Todo reino tem suas características. E todo reino tem sua bandeira.
                Não irei me ater aspectos bíblicos e históricos, nem falarei sobre o reino no antigo e no novo testamento; ou sobre o aspecto cronológico dele; muito menos a sua relação com a igreja. Gostaria de falar apenas de um pequeno símbolo que esse reino leva. Gostaria de falar sobre a sua bandeira.
                Bandeira é o símbolo representativo de um estado, organização, sociedade, clã, reino ou até mesmo uma família tradicional pode apresentar uma bandeira. A bandeira então identifica um reino. Bom, mas o que identifica o reino de Deus? Um súdito do reino de Deus é identificado pelo amor:
                “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei; que dessa mesma maneira tenhais amor uns para com os outros. Através deste testemunho todos reconhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros.” (Jo 13: 34-35 – BKJ)
                O nazareno respondeu de que forma o Reino de Deus é reconhecido, ele respondeu qual é a bandeira do Reino. A bandeira é o amor!


“Pai nosso, [...] venha o teu amor!”

terça-feira, 29 de abril de 2014

Santificado Seja

“Pai nosso, [...] Santificado seja o teu Nome.”

                A oração é um ato onde nos achegamos até Deus pai. É um meio de nos relacionarmos com Ele. Seja em que forma for (música, fala, dança). Existem variadas formas de oração. E ela tem o intuito de pedir, agradecer, louvar, adorar, etc.
                A oração do Pai nosso, feita no sermão do monte pelo nazareno Jesus Cristo é uma das orações mais conhecidas. Ela é repetida pelas várias religiões conhecidas no mundo. Ela é falada, é o desejo do coração de milhões de pessoas que a repetem diariamente. Porém, é preciso cuidado para não automatizá-la.
                Jesus ora a Deus intercedendo por todos os seus seguidores e deseja que o Eterno abençoe os mesmos segundo a sua oração. Então ele começa a oração clamando “Pai nosso!”, e logo após ele fala “Santificado seja o teu Nome”.   Atenhamo-nos a parte do santificado seja o teu nome. O que o nazareno quis dizer com isso? Qual foi a intenção de Jesus ao verbalizar essa parte em sua oração do sermão da montanha?
                Para entender o que o mestre quis dizer é necessário uma breve reflexão a respeito do significado da expressão santificado seja gramaticalmente falando. Primeiro, vamos refletir a respeito da palavra santificado: essa palavra foi usada por Jesus no modo particípio passado que é uma forma nominal do verbo que expressa ações plenamente concluídas, significa tarefa terminada. O verbo seja que segundo a classificação morfossintática é um verbo no presente do modo subjuntivo na terceira pessoa do singular. Esse modo é utilizado para expressar um desejo.  Juntando a expressão - santificado seja - conclui-se que Jesus significou esse trecho do pai nosso como um desejo seu a ser concluído; o desejo de ter o nome do Pai santificado.
                Vale ressaltar que em uma oração o que falo se refere a um desejo que sinto, a uma vontade, a um pedido; e não a uma ordem ou uma determinação. No contexto do sermão do monte Jesus fez o maior exemplo de oração encontrada até hoje. Ele desejou a santificação do nome do Pai e orou a Ele pedindo isso.
                O nazareno orou ao Pai desejando a santificação plena do Seu nome. Jesus desejou ter essa tarefa concluída. Jesus ansiava pela concretização do Reino de Deus o qual ele mesmo o tomou para si como uma causa e dedicou-se em total envolvimento. Tornar-se semelhante a Deus foi o desejo do coração de Jesus ao orar:


 “Pai nosso, [...] Santificado seja o teu Nome.”

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Pai nosso, Perdoa-nos as nossas distâncias

“Pai nosso [...], perdoa-nos as nossas dívidas...”

                O materialismo ou o capitalismo - ou quem sabe os dois - fizeram-me acreditar em uma visão simplista e reducionista desse pedaço da oração do Pai Nosso feito no sermão do monte por Jesus de Nazaré.
                O ranço do materialismo trouxe até mim uma mentalidade de que pedir perdão às minhas dívidas era pedir perdão por aquilo que falta ou deixei de pagar seja por ausência de dinheiro, de caráter ou de planejamento. Sempre acreditei nessa máxima. “Perdoa minha dívida” é igual a “perdoa aquilo que não paguei ou que usurpei do outro”, materialmente falando.
                A filosofia de Jesus é abarcar o homem todo, em todas as suas circunstâncias. E toda fala de Jesus escrita em suas biografias tem essa tônica pelas entrelinhas. É preciso percebê-la. Por que na oração do Pai Nosso seria diferente? Por que eu sempre penso nessa parte, em específico, como uma proposta materialista? Esse é o problema da não reflexão. Orar, fazer uma reza, repetir uma ladainha; a automatização do Pai Nosso traz uma cegueira às palavras verbalizadas por Jesus e escritas por seus biógrafos. Bom, mas então, o que estaria nas entrelinhas desse: “Perdoa-nos as nossas dívidas...” ?!
                 A visão de Jesus, a visão sobre o homem todo em todas as suas circunstâncias, abre o horizonte da palavra dívida. A chamada de Jesus, o existencialismo de Cristo sempre foi um existir para fora de si. Ele é um exemplo de uma pessoa que se esqueceu de si mesmo e lançou-se para fora, dedicando-se a uma causa.  

                Um dos sinônimos de dívida é a palavra distância, logo Jesus orou ao Eterno pedindo perdão pelas nossas distâncias. Distâncias baseadas no evangelho para o homem todo em todas as suas circunstâncias. Distâncias de suporte àquele que precisa de ajuda; àquele que precisa de um pão para fazer uma refeição; àquele que precisa de uma roupa para vestir; que precisa de um abraço para sentir a sua angústia existencial passar. Distância do chamado de Jesus. Distância do ser-para-fora que o nazareno nos chama a ser; distância do doar-se em contrapartida a aproximação do egocentrismo e do meu-eu. Distância da consciência sobre essa perspectiva, que é a ótica do negar a si mesmo.

                “Pai nosso [...], perdoa-nos as nossas distâncias...”

sábado, 19 de abril de 2014

Há ruínas


Arruínas!
Nada sobra
Tudo Cai
Destruição 
Desconstrução
Há ruínas!

Reconstrói
Do que sobrou
Ou não
Algo ficou
Reconstrução
Há ruínas!

Trabalho 
A ser feito.
Há um ser
Poder-ser
Dever-ser?
Há ruínas!