segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Estou à porta e bato

Hoje decidi visitar um amigo, me arrumei, criei expectativas para o nosso encontro. Há algum tempo queria isso. Poder vê-lo, conversar com ele, trocar ideias, partilhar meus sonhos, convidá-lo para retornar a comunhão comigo. Algo que perdemos no decorrer da vida.

Encontro-me aqui, à sua porta. Batendo em seu portão. Há meia hora. Trinta minutos batendo no portão de alguém nos dias de hoje é muito tempo! Mas ainda insisto... Na esperança que ele venha abrir a porta.

Quem gosta de esperar? Ninguém gosta, não é verdade?! Mas sou paciente, gosto muito desse amigo, daria até a minha vida por ele!

Estou batendo novamente e está muito quente aqui fora. O sol está escaldante. Parece que vou derreter de calor. Estendo minha mão para bater no portão, sinto meu braço cansar. Levanto minha cabeça, tento olhar para dentro da casa. O suor escorre pelo meu rosto, descendo da minha fronte indo até o meu queixo. Meus olhos semiabertos por causa da claridade do sol. Acredito que esteja fazendo uns 40° de temperatura. Minhas pernas começam doer, vim caminhando, estou em pé há algum tempo. Meus pés esquentam debaixo das minhas sandálias.

Da vez passada que vim aqui - só pra você saber, não é a primeira vez que estou batendo à porta desse meu amigo, já fiz outras tentativas -, quem me pegou foi a chuva. Voltei encharcado para casa.

Bom... já se foram 45 minutos e nada dele abrir a porta. Você deve estar se perguntando, mas será que ele está em casa? E eu respondo: está sim! Pois foi ele quem me chamou, foi ele quem me ligou dizendo "Jesus, onde está você?!". E, pelo som da sua voz, parecia desesperado, parecia precisar de ajuda.

Se ele pudesse me ouvir, eu diria: “Amigo, eis que estou à porta e bato: se você ouvisse a minha voz e abrisse esse portão, entraria em sua casa e cearia contigo.”


Porém não posso invadir a sua casa, destruindo o seu portão, sendo intrometido, afinal de contas, isso não seria muito educado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário