Hoje decidi
visitar um amigo, me arrumei, criei expectativas para o nosso encontro. Há
algum tempo queria isso. Poder vê-lo, conversar com ele, trocar ideias,
partilhar meus sonhos, convidá-lo para retornar a comunhão comigo. Algo que
perdemos no decorrer da vida.
Encontro-me
aqui, à sua porta. Batendo em seu portão. Há meia hora. Trinta minutos batendo
no portão de alguém nos dias de hoje é muito tempo! Mas ainda insisto... Na
esperança que ele venha abrir a porta.
Quem gosta de
esperar? Ninguém gosta, não é verdade?! Mas sou paciente, gosto muito desse
amigo, daria até a minha vida por ele!
Estou batendo
novamente e está muito quente aqui fora. O sol está escaldante. Parece que vou
derreter de calor. Estendo minha mão para bater no portão, sinto meu braço
cansar. Levanto minha cabeça, tento olhar para dentro da casa. O suor escorre
pelo meu rosto, descendo da minha fronte indo até o meu queixo. Meus olhos
semiabertos por causa da claridade do sol. Acredito que esteja fazendo uns 40° de
temperatura. Minhas pernas começam doer, vim caminhando, estou em pé há algum
tempo. Meus pés esquentam debaixo das minhas sandálias.
Da vez passada
que vim aqui - só pra você saber, não é a primeira vez que estou batendo à
porta desse meu amigo, já fiz outras tentativas -, quem me pegou foi a chuva.
Voltei encharcado para casa.
Bom... já se
foram 45 minutos e nada dele abrir a porta. Você deve estar se perguntando, mas
será que ele está em casa? E eu respondo: está sim! Pois foi ele quem me
chamou, foi ele quem me ligou dizendo "Jesus, onde está você?!". E,
pelo som da sua voz, parecia desesperado, parecia precisar de ajuda.
Se ele pudesse
me ouvir, eu diria: “Amigo, eis que estou à porta e bato: se você ouvisse a
minha voz e abrisse esse portão, entraria em sua casa e cearia contigo.”
Porém não
posso invadir a sua casa, destruindo o seu portão, sendo intrometido, afinal de
contas, isso não seria muito educado.
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