Hoje é véspera de natal,
dia 24 do ano de 2014. Enquanto escrevo esse texto, minha casa está uma
barulheira doida, faz-se comida, limpa casa, arruma cadeiras e mesas... tudo
para preparar as pessoas que virão mais tarde celebrar o natal. Data tão
questionada, tão amada e tão odiada.
O natal, hoje, é conhecido como uma festa cristã. Porém
sua origem não fora sagrada, mas antes, sua origem fora pagã. Muitos acreditam
ser o nascimento do Cristo Jesus, mas essa não é a data do seu real nascimento.
Mas assim como muitas pessoas não conhecem esse detalhe, muitas outras
conhecem.
Nasci acreditando ser essa data especial. No meio da
minha pequena existência descobri que não, não era a data do nascimento de
Jesus. Já amei o natal. Já odiei o natal. Hoje, depois de ter amado e depois de
tê-lo odiado, vejo-o como uma oportunidade de encarnar o divino.
Vi no meio da semana uma reportagem no jornal local sobre
um grupo de pessoas que se juntaram para doar presentes a escolas municipais.
Durante a matéria apareceram várias crianças dando seus depoimentos que pediram
uma bicicleta e seu pedido tinha sido concretizado.
Sempre enxerguei o espírito natalino enquanto o
consumismo, glutonaria, bebedice, etc. Porém durante a matéria exibida
reavaliei e pensei que talvez o espírito natalino pudesse ser a esperança, o
amor, o abraço, o reencontro.
Vamos buscar o exemplo do sábado, um dia guardado pela
lei. Sábado era uma data sagrada. Jesus perguntou aos fariseus e líderes religiosos:
“Que atitude é coerente com o sábado? Fazer o bem ou o mal? Ajudar as pessoas
ou deixá-las sem ajuda?” (Lc 6:9).
Se Jesus pegou o sábado, uma data “sagrada”, em que se pensava
que não pudesse fazer o bem ao próximo e o fez. Porque nós não podemos pegar o
natal, uma data “profana” e ter uma atitude coerente e ajudar as pessoas?
Muita gente carente vê no natal a esperança de conseguir
uma refeição mais digna. Muitas pessoas necessitadas enxergam no natal a
possibilidade de conseguir um abraço de um familiar que passou o ano todo
longe, em outra cidade.
Muitos
pais sem condições veem no natal a esperança de olhar, de escutar e de sentir o
sorriso estampado nos rostos dos seus filhos, mesmo que esse sorriso não tenha
sido causado por eles próprios, mesmo que esse sorriso não tenha sido causado
por um prato de comida que eles colocaram em suas mesas, mesmo que esse sorriso
não tenha sido em função de um presente que os seus filhos ganharam deles
próprios. Mas que esse sorriso veio de alguém que se prontificou em enxergar
uma data em que a fé está à porta e que há a possibilidade de encarnar o divino
para ir até quem tem a esperança que talvez no final do dia esteja sorrindo.
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