segunda-feira, 2 de março de 2015

Ansiedade

A cobrança pelo alto desempenho, por resultados, por ser bem sucedido nos dias de hoje é evidente. Você é cobrado por isso. E por que responder a essa cobrança?

Pelo simples motivo da segurança. Você é cobrado pelo seu chefe para obter um resultado na empresa e a consequência é ter uma recompensa no final do mês que aumentará o seu salário. Você é cobrado na faculdade para tirar a maior nota, pois no final do semestre o melhor aluno da classe tem desconto nas mensalidades. E assim por diante.

A preocupação do homem nos dias atuais é pelo porvir. Conectado, ligado quase que às 24 horas do dia, sempre com a cabeça voltada para o futuro. Esse estado de preocupação voltado para o futuro é o que é chamado de ansiedade.

Nas biografias de Jesus temos um relato de um caso específico de ansiedade, a saber: o caso do jovem rico.

Enquanto Jesus caminhava pela rua – diz o texto, um importante homem veio correndo em sua direção, ajoelhou-se e perguntou o que ele deveria fazer para alcançar a vida eterna.

Nota-se no perfil do jovem rico que este era uma pessoa bem sucedida em sua época. Ele era uma pessoa que respondia àquelas cobranças supracitadas no texto. Ele tinha uma carreira construída. Disciplinado, obedecia aos mandamentos da lei desde que se entendia por gente e não é à toa que conseguira uma carreira de sucesso.

O que se passa na cabeça de uma pessoa com esse perfil? Vou te responder: o que se passa é um filme bem grande, uma drama hollywoodiano cujo título, enorme para variar, é PREOCUPAÇÕES COM O AMANHÃ.



O jovem rico demonstra tamanha ansiedade em suas atitudes, como diz o texto, ele correu em direção a Jesus e ajoelhou-se, demonstrando desespero. E qual era a sua preocupação? Ele gostaria de saber o que deveria fazer para alcançar a vida eterna.  

A vida eterna para ele era apenas mais uma preocupação, mais um objetivo a ser alcançado pelos mesmos meios que ele estava acostumado a lidar. Tanto que quando Jesus responde que ele deve obedecer aos mandamentos, ele retruca dizendo que já faz isso desde adolescente. O jovem rico é uma pessoa que segue regras. Ele não tem dificuldades com isso.

Porém, faltava uma coisa a ele: ser livre da falsa sensação de segurança que o dinheiro traz. O jovem rico demonstra preocupação com o futuro, ele era ansioso. Arrisco a dizer que se fosse uma pessoa de mais idade, talvez agisse diferente, pois saberia que se preocupar com o futuro ansiosamente não leva a lugar nenhum.

Preocupar-se com o futuro ansiosamente leva ao esvaziamento do presente. Com todas as energias conectadas ao porvir não resta nenhuma ao imediato.

O jovem rico queria alguma estratégia que o fizesse garantir o futuro da vida eterna. Ele queria uma certeza, pois todos os seus padrões comportamentais eram apoiados na segurança (ou na falsa sensação dela) do futuro.

Ao passo que Jesus tentou intervir no comportamento ansioso do jovem rico. Jesus é um desconstrutor. A preocupação do jovem era conquistar o porvir através dos meios seguros que ele confiava, através de suas riquezas. E o mestre de Nazaré amplia o horizonte até então conhecido pelo homem. A segurança da vida eterna está na incerteza do imediato. Tudo aquilo que me traz certa sensação de segurança me tira da verdadeira segurança.

O jovem rico ficou triste quando escutou a resposta de Jesus, pois a sua ansiedade era aliviada pela falsa sensação de segurança que as suas riquezas lhe traziam. Jesus quis demonstrar que a única coisa que traz a verdadeira segurança não são as riquezas, muito menos casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filho, ou campos; o único que traz a verdadeira segurança, aliviando a ansiedade é Jesus Cristo e a causa do evangelho.

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