A cobrança pelo alto
desempenho, por resultados, por ser bem sucedido nos dias de hoje é evidente. Você
é cobrado por isso. E por que responder a essa cobrança?
Pelo
simples motivo da segurança. Você é cobrado pelo seu chefe para obter um
resultado na empresa e a consequência é ter uma recompensa no final do mês que
aumentará o seu salário. Você é cobrado na faculdade para tirar a maior nota,
pois no final do semestre o melhor aluno da classe tem desconto nas
mensalidades. E assim por diante.
A
preocupação do homem nos dias atuais é pelo porvir. Conectado, ligado quase que
às 24 horas do dia, sempre com a cabeça voltada para o futuro. Esse estado de
preocupação voltado para o futuro é o que é chamado de ansiedade.
Nas
biografias de Jesus temos um relato de um caso específico de ansiedade, a
saber: o caso do jovem rico.
Enquanto
Jesus caminhava pela rua – diz o texto, um importante homem veio correndo em
sua direção, ajoelhou-se e perguntou o que ele deveria fazer para alcançar a
vida eterna.
Nota-se
no perfil do jovem rico que este era uma pessoa bem sucedida em sua época. Ele
era uma pessoa que respondia àquelas cobranças supracitadas no texto. Ele tinha
uma carreira construída. Disciplinado, obedecia aos mandamentos da lei desde
que se entendia por gente e não é à toa que conseguira uma carreira de sucesso.
O
que se passa na cabeça de uma pessoa com esse perfil? Vou te responder: o que
se passa é um filme bem grande, uma drama hollywoodiano cujo título, enorme
para variar, é PREOCUPAÇÕES COM O AMANHÃ.
O
jovem rico demonstra tamanha ansiedade em suas atitudes, como diz o texto, ele
correu em direção a Jesus e ajoelhou-se, demonstrando desespero. E qual era a
sua preocupação? Ele gostaria de saber o que deveria fazer para alcançar a vida
eterna.
A
vida eterna para ele era apenas mais uma preocupação, mais um objetivo a ser
alcançado pelos mesmos meios que ele estava acostumado a lidar. Tanto que
quando Jesus responde que ele deve obedecer aos mandamentos, ele retruca
dizendo que já faz isso desde adolescente. O jovem rico é uma pessoa que segue
regras. Ele não tem dificuldades com isso.
Porém,
faltava uma coisa a ele: ser livre da falsa sensação de segurança que o
dinheiro traz. O jovem rico demonstra preocupação com o futuro, ele era
ansioso. Arrisco a dizer que se fosse uma pessoa de mais idade, talvez agisse
diferente, pois saberia que se preocupar com o futuro ansiosamente não leva a
lugar nenhum.
Preocupar-se
com o futuro ansiosamente leva ao esvaziamento do presente. Com todas as
energias conectadas ao porvir não resta nenhuma ao imediato.
O
jovem rico queria alguma estratégia que o fizesse garantir o futuro da vida
eterna. Ele queria uma certeza, pois todos os seus padrões comportamentais eram
apoiados na segurança (ou na falsa sensação dela) do futuro.
Ao
passo que Jesus tentou intervir no comportamento ansioso do jovem rico. Jesus é
um desconstrutor. A preocupação do jovem era conquistar o porvir através dos
meios seguros que ele confiava, através de suas riquezas. E o mestre de Nazaré amplia
o horizonte até então conhecido pelo homem. A segurança da vida eterna está na
incerteza do imediato. Tudo aquilo que me traz certa sensação de segurança me
tira da verdadeira segurança.
O
jovem rico ficou triste quando escutou a resposta de Jesus, pois a sua
ansiedade era aliviada pela falsa sensação de segurança que as suas riquezas
lhe traziam. Jesus quis demonstrar que a única coisa que traz a verdadeira segurança
não são as riquezas, muito menos casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filho, ou
campos; o único que traz a verdadeira segurança, aliviando a ansiedade é Jesus
Cristo e a causa do evangelho.
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