A amada, em
seu local de intimidade; a saber, o seu quarto, esperando o seu amado para
juntos, desfrutarem de um momento a dois. Porém a amada dorme, sonha os seus
mais íntimos sonhos, traz à tona os seus mais profundos desejos, aquilo que
somente ela e Deus sabem. Ela sonha, mas seu coração está acordado. Pena que talvez
ela não saiba... ou talvez não lembre que o Jeremias falou que enganoso é o
coração. Ela deixa-se iludir que seu coração a mantivesse acordada.
O amado bate à sua porta e a chama pelo nome, querendo
intimidade. A amada ocupada demais
sonhando os seus sonhos é levada por eles a uma pseudo realidade. Tipo a uma
realidade paralela, de realização plena. O amado chama por ela. A voz dele é
ouvida de longe; como se fosse alguém gritando no sonho dela, avisando-a de
algum perigo. Mas ela demora a acreditar que houvesse algum perigo naquela
falsa realidade, em seu mundinho, criado à sua imagem e semelhança. Em seu sonho, ela estava bem acordada.
O amado é persistente, bate à sua porta novamente,
chama-a pelo nome outra vez, e agora tenta destrancar a porta. A amada começa a
reagir, abre os olhos, percebe que estava sonhando, que estava em outro mundo;
tenta agora voltar à realidade. Despertando vagarosamente, como quem sai de
um efeito anestésico. Percebe que o seu
amado, a quem tanto esperava, era quem estava chamando por ela. Então seu
coração começou a palpitar fortemente por causa dele. Levanta-se da cama, mesmo
com suas roupas de dormir, descalça e vai em direção à porta, ao encontro do
seu amado.
Ao destravar a porta, apenas sente a tranca umedecida com
o perfume de seu amado. Ele havia ido embora! Quase o coração dela para de
bater. Ele não se encontra mais lá. O amado foi até o encontro da sua amada, porém
ela estava conectada à sua pseudo realidade, ocupada em seus sonhos,
desfrutando os seus prazeres. Ele havia
ido embora. A amada teve uma estranha lembrança do que havia sonhado a pouco:
ela sonhara comprando azeite para colocar em sua lâmpada.
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