terça-feira, 28 de junho de 2011

Alguma coisa sobre música gospel


“Você pode pegar a música da Falamansa e dizer que ela é gospel. Por que gospel fala de coisas boas e tal.” (Tato – Falamansa)

                Assistindo a um programa na TV Brasil, me deparo com essa afirmativa do vocalista da banda Falamansa, uma das precursoras do estilo sertanejo universitário, dizendo que a música da banda dele poderia ser intitulada de música gospel; com a justificativa de que as letras falam sobre coisas boas.
                Mas afinal de contas, o que é música gospel?!
                A música gospel (do inglês “gospel”, ou seja, “evangelho”) é um gênero musical de origem afro-americana, nascido nas fazendas de escravos no sul dos Estados Unidos. Os escravos cantavam músicas religiosas com mensagens escondidas em suas letras. O gospel em sua forma original era geralmente interpretado por um solista, acompanhado de um coro e um pequeno conjunto instrumental. Um exemplo muito claro está no filme Mudança de Hábito, onde encontramos a verdadeira música gospel, na canção Oh happy Day.
                Agora que já sabemos o que realmente é a música gospel, podemos concordar com o Tato quando ele diz que a música da sua banda pode ser rotulada como gospel? Acho que ele é tão confuso, quanto nós, ao utilizar esse termo (o gospel) pra falar de música cristã.
                O gospel é um gênero musical, isso mesmo; como já foi explicado anteriormente, o gospel é um estilo musical e não engloba a música cristã como um todo.  No Brasil, o termo gospel foi utilizado pela primeira vez pela Gravadora Gospel Records (em meados dos anos 80), pioneira nesse segmento. E, infelizmente, a partir daí, começaram as dúvidas e o emprego errado do termo gospel. Nas terras tupiniquins, o gospel é utilizado para rotular a música cristã-evangélica como um todo, podendo ela ser um forró, axé, rock, pop, etc. Seria como chamar todas as músicas pagãs e/ou satânicas de Black metal. Ou seja, associar um estilo musical (Black metal) a uma mensagem transmitida nas letras, mesmo esta sendo difundida por outros estilos (forró, axé, samba, rock, pop).
                Há quem defenda o uso do termo gospel para abranger toda música cristã-evangélica do país, pois é um termo de fácil associação. De acordo com a origem da palavra, eles estão errados ao defender. E, por razão dessa defesa, foi que o nosso amigo Tato usou erroneamente o termo gospel em sua afirmação. Ele seria mais assertivo se dissesse música cristã. Em se tratando do contexto brasileiro, que é impregnado com o uso errado do termo, eu não o culpo pelo uso indevido. Mas convenhamos que não seja o correto. E agora que você já sabe a origem do gospel, espero que não cometa o mesmo erro que ele cometera.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sujeito da História

                Todo indivíduo desenvolve atitudes em relação ao meio social. Atitudes estas, que podem ser mudadas.
                Estamos em constante aprendizagem, que é um processo fundamental da vida. A aprendizagem ocorre também, por meio do social. Ou seja, de um contexto histórico já existente. Observamos alguma situação e a transformamos, ou não, em experiência de vida; a qual é muito particular de cada um.
                Se vivemos em um contexto social, supõe-se que analisemos uma grande parte das situações existentes em nosso redor. E, a partir daí, construímos verdades, valores; esses valores, verdades só são construídos pelo fato do homem ser sujeito da História. A História é construída pela subjetividade de alguns, pois estes adquiriram experiências de uma situação e trouxeram para si, e viram que era bom. Externalizaram... Convenceram um grupo e assim a História fora e é construída.
                Um indivíduo é tão influenciado e influencia tanto, que em determinados grupos têm-se “cópias”, apesar da individualidade de cada um.  

sábado, 4 de junho de 2011

Texto de Arnaldo Jabor


         "É melhor você ter uma mulher engraçada do que linda, que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranqüila e saudável, é desencanada e adora dar risada. Do que ter uma mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a seqüência de bíceps e tríceps. Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí? Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução. Mas ainda não criaram um remédio pra FUTILIDADE!!"  (Arnaldo Jabor)

        Esta crítica de Jabor à futilidade nada mais é do que o reflexo que a sociedade vive hoje. Valoriza-se mais um padrão de beleza quase inalcançável do que o conteúdo apresentado por cada indivíduo, e destaco aqui, assim como Jabor, as mulheres. Mulheres com lindas curvas, com medidas invejáveis, com dietas malucas, com implantes cada vez maiores, com pele de pêssego, com barrigas que dão pra lavar roupas; porém, mulheres essas, que não sabem apreciar uma boa música, um bom filme, ter uma conversa saudável.
        Eu dou eco às palavras do Jabor, melhor ter uma boa companhia do que um modelo que mais parece àqueles das vitrines das lojas. Afinal de contas, beleza não é aparência. Beleza é equilíbrio. Equilíbrio que nada mais é do que o bem-estar encontrado em ambas as partes por um casal.