quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Continuar como faziam há tanto tempo?

Zc 7: 1-5

  No versículo três, na parte “b”, os representantes do povo de Betel perguntaram aos sacerdotes do templo do Senhor: “Devemos lamentar e jejuar no quinto mês, como já estamos fazendo há tantos anos?”. Então o Senhor dos exércitos falou: “Pergunte a todo povo e aos sacerdotes: Quando vocês jejuaram no quinto e no sétimo meses durante os últimos setenta anos, foi de fato pra mim que jejuaram?” (Zc 7: 5).
                Quando li este capítulo de Zacarias a primeira coisa que me chamou a atenção foi a pergunta dos representantes do povo de Betel, Sarezer e Regém-Meleque com seus homens, se era para o povo continuar clamando e orando como faziam há tantos anos. E a fala do Senhor foi mais interessante ainda; Ele responde perguntando “foi de fato para mim que jejuaram?”.
                Essa pequena passagem só ilustra como perdemos o foco principal da busca ao Senhor e a transformamos em mera formalidade. Com o passar do tempo as nossas orações, consagrações, jejuns, votos tornam-se tão repetitivos que muitas vezes esquecemos-nos de expressar a nossa sinceridade. A forma, o modelo se torna tão presente na nossa busca ao Senhor que muitas vezes nem percebemos, mas acabamos por buscar tudo, menos Deus. Como citado no texto, há setenta anos o povo jejuava e clamava, pensando fazer isso para o Senhor; mas que na verdade eles faziam por mera formalidade, por puro ato de religiosidade. Perderam o foco com o passar do tempo, se basearam apenas em um modelo, em uma forma. Que já se tornara vazia, sem valor algum para o Senhor.
                Um dos meus maiores medos é o de me tornar tão religioso a ponto de transformar a minha busca por Deus em uma mera formalidade. Sou tão religioso quanto qualquer um, mas no que diz respeito à busca por Deus eu tomo bastante cuidado para não cair em uma forma, em um modelo que só esse é que me leva/levará pra perto do Pai. Conheço pessoas que só adoram a Deus com canções de um determinado cantor, de um determinado grupo - pois este é a trilha sonora da vida dele -, que só ora de joelhos, que só jejua às sextas-feiras, etc. Às vezes, tomamos essas atitudes até inconscientemente, pois algumas delas foram respondidas em determinadas situações e acabamos por associar a resposta de Deus àquele modelo.
                O que importa é a sinceridade, a adoração verdadeira; não importa quanto tempo a gente já orou ou quanto tempo a gente passa orando, se essa oração é religiosa. Esse foi o erro do povo betelino, clamavam todo quinto e sétimo meses há setenta anos; mas se esqueceram de “algo”. Do “algo” mais importante! O povo tornou aquele hábito, que seria uma forma de chegar perto do Senhor, em uma formalidade. Com o passar do tempo se esqueceram que jejuavam ao Senhor. Muitas vezes nós fazemos o mesmo. Enquadramo-nos em um modelo, e, muitas vezes, dizemos apenas palavras vazias.
                Será se a forma que você está buscando a Deus não está caminhando pra uma mera formalidade?  Pense nisso.

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