A vida é uma ampulheta onde a areia
que cai são os dias da existência que vão passando como possibilidades. Onde a
areia que está na parte superior são as possibilidades a serem realizadas. E onde
a areia descansada no fundo dela, é tudo aquilo que construiu. O que tem
construído no decorrer da existência? O que você vai deixar de realizado, de
concreto nesse mundo?
A parte superior da ampulheta é a
parte das possibilidades, são várias, inúmeras; elas aparecem todos os dias, a
todos os momentos. Porém, você pode escolher uma de cada vez a cada situação
que lhe for apresentada. Pode transferir para a parte do realizado (a parte inferior
da ampulheta) apenas uma escolha de cada vez. Uma escolha que vai guiando. Que
vai traçando. Que vai deixando a sua marca nesse mundo concreto. Você tem nas
mãos a possibilidade de escolher, de tomar as rédeas em cada realização de
valor e sentido. Escolha! Você tem escolhido ou fugido de escolher? Apenas
lembre-se: a fuga da escolha, já é uma escolha.

Preste atenção na parte mais estreita do
instrumento. Essa é a parte da decisão. É a parte onde apenas uma das várias
possibilidades que são apresentadas em cada situação é que irá ser depositada
no fundo da ampulheta, na parte do realizado. Portanto escolha livremente, e
escolha com responsabilidade. Responda perante aquilo que a vida lhe colocou.
Responda perante a sua irrepetibilidade. Perante a sua forma única de existir. Responda
do jeito que só você, e mais ninguém, poderá responder nesse mundo.
Com o passar do tempo, haverá mais
areia caída no fundo da ampulheta do que areia para cair. O realizado vai
tornando-se cada vez mais cheio do que a parte superior da ampulheta, do que a
parte das possibilidades. É a existência terminando. É a finitude batendo à
porta. O construído. O realizado. A tua história estará ali. Depositada. Colocada
na concretude para todo mundo ouvir, ler, olhar. E por que não, se inspirar?! E
o que você terá escolhido? Quais foram as suas respostas perante a vida?