quarta-feira, 14 de maio de 2014

O que alimenta a tua existência?

A inquietação com a existência e com o propósito da mesma não me incomoda de hoje. Há alguns anos venho questionando ou procurando pelo quê ou por qual motivo vivo. Adquiri algumas leituras que me deram base para pensar sobre o ser. Essa reflexão é essencial quando se tem esse tipo de inquietude e necessária para levantar novos paradigmas em relação ao modo de ser das pessoas.
Religiões são muitas vezes códigos de conduta moral, regras que precisam ser seguidas em troca do favor de um ser regente do universo. Esse é o conceito de religião muitas vezes encontrado e seguido. Eu sigo o código moral de religião x para que possa receber uma dádiva dada pelo seu deus.
O cristianismo várias vezes tem se encaixado nessa perspectiva. Seguir a conduta moral imposta pela A mensagem ou algumas vezes esta é subjugada por doutrinas de determinadas instituições, como é o caso da instituição católica e das variadas denominações protestantes.
Ter a inquietude sobre o propósito da minha existência trouxe o refletir sobre esse paradigma da religião em troca de um favor supremo. Refletir sobre a existência é algo mais profundo do que seguir apenas um código moral.
Meditar sobre as biografias do nazareno Jesus, o Cristo, levanta um novo paradigma, pois ele propôs uma transformação de ser. Ele se deparou com religiões e práticas morais. Não se agradando disso, levantou um novo paradigma. Um modo de ser particular que influenciou e influencia até hoje. Se parássemos para refletir sobre o existir de Cristo, veríamos nele uma filosofia de vida, não uma religião como nos moldes supracitados. O cristianismo – termo utilizado para quem segue Jesus Cristo – é mais que religião, é um modo de existir.
Para ilustrar um pouco desse modo de ser curioso do nazareno, analisaremos em uma perspectiva existencial um trecho da sua biografia escrita por João. O texto utilizado é o episódio onde Jesus saindo da Judeia, em direção a Galileia, passa por Samaria e é encontrado por uma mulher samaritana no poço de Jacó.
A mulher samaritana notada por um judeu, uma situação totalmente incomum na época de Jesus, pois os judeus não aceitavam o fato do seu povo casar-se com outras raças como era o caso dos samaritanos, “judeus mestiços”. Além do fato de ser samaritana a mulher possuía uma vida desequilibrada em seus relacionamentos, havia casado com quatro homens e atualmente estava com o quinto e que nem era seu marido. A circunstância pessoal dessa mulher era desonrosa perante a sociedade da época.

O Pacto de Lausanne, realizado em 1974, tem o seguinte lema: “levar o evangelho todo para o homem todo em toda circunstância”. Isso resume o que Jesus fez na cidade samaritana de Sicar. A grande pergunta é por que o nazareno teve esse tipo de atitude? O que o moveu a praticar tal ato?
Ele mesmo responde quando os discípulos voltam ao seu encontro trazendo comida. No verso 34 do capítulo 4 do evangelho de Jesus segundo João está escrito: “Explicou-lhes Jesus: ‘A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra.’”. Jesus não estava preocupado com a comida para alimentar o seu corpo físico, ou tão somente preocupado com o alimento para o espiritual; sua preocupação também era com o alimento existencial, ele tinha essa fome, possuía essa inquietude.
Esse foi o modo de ser de Jesus Cristo, ele encontrou o motivo pelo qual ele veio à vida. Tinha esse objetivo claro, apesar de dificultoso. Ele conquistou a mulher improvável, aquela que judeu nenhum teria coragem de sequer dar uma boa tarde. O mestre era movido por isso, movido pelo Eterno para sinalizar o reino dEle no mundo. Esse foi o seu propósito. Isso alimentou a existência dele. 

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