quinta-feira, 29 de maio de 2014

Faz um milagre em mim

“Chegando a Jericó, atravessava Jesus a cidade. Eis que um homem rico, chamado Zaqueu, chefe dos publicanos, buscava ver quem era Jesus; todavia, sendo ele de pequena estatura, não o conseguia, devido à afluência do povo. Por esse motivo, correu adiante da multidão e subiu em uma figueira brava para observá-lo, pois Jesus ia passar por ali. Quando Jesus chegou aquele local, olhou para cima e o chamou: ‘Zaqueu! Desce depressa, pois preciso ficar hoje em tua casa’. No mesmo momento Zaqueu desceu apressado e o recebeu com enorme alegria. Todos, em meio à multidão, que presenciaram o que se passou começaram a murmurar: ‘Ele entrou na casa daquele pecador e vai hospedar-se lá!’. Então, Zaqueu tomou a palavra e comunicou a Jesus: ‘Eis a metade dos meus bens Senhor, que estou doando aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais!’. Diante disso, Jesus declarou: ‘Hoje, houve salvação nesta casa, pois este homem também é filho de Abraão. Porquanto o filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido’. (Lc 19:1-10 – grifos nossos)

Zaqueu é apresentado na biografia do nazareno como o retrato de um homem pecador, pois ele era muito rico e chefe dos publicanos. Esses eram aqueles que cobravam os impostos naquela época e eram considerados pela sociedade com ladrões. Zaqueu compreendeu sobre a distância orada por Jesus no sermão da montanha. Ele havia sido injusto para com várias pessoas, cobrando impostos de forma abusiva. Zaqueu andou pelo caminho largo do seu egocentrismo e estava perdido. Até que teve o encontro com Cristo e o seu caminho passou do caminho amplo, para o caminho estreito; do caminho da perdição para o caminho da salvação.

Houve salvação, disse Jesus. Quando mudamos o caminhar, e no caso específico supracitado, quando adoramos a Deus com todas as forças - significando isso também, adorar com os bens - passamos do estado da perdição para o estado da salvação. Zaqueu encurtou a distância que ele possuía para com as pessoas que ele havia cometido injustiça. Zaqueu mudou seu modo-de-ser, ele encontrou em Cristo aquilo que preenchia a sua existência. Não eram os seus bens, mas depender de Cristo, compreendendo e realizando com atitudes práticas no mundo concreto a diminuição das distâncias que possuía.

O cantor Regis Danese consagrou, e não sentido de sacrificar a Deus, mas no sentido de tornar famosa a história do pequeno Zaqueu com a sua música “Faz um milagre em mim”. Se você é brasileiro, é bem provável que já tenha escutado essa canção. Ela quebrou paradigmas em relação a música gospel no país. Enfim, o Regis Danese resume em sua música a história desse rico publicano. Se seguirmos a interpretação bíblica, o milagre pelo qual Zaqueu suplica e que é cantado por milhares de pessoas é o milagre da mudança de caminho. E nada tem haver com o milagre da benção material ou da cura fisiológica. Pelo contrário, o milagre de Zaqueu foi ter encontrado Cristo e ter saído do amplo caminho da perdição e entrado no estreito caminho da salvação através, primeiramente do seu encontro pessoal com Cristo, e depois através da distribuição de seus bens.

Amplo é o caminho que leva à perdição. Amplo é o caminho que conduz ao vazio da existência. Esse caminho possui o solo do comodismo; a vegetação do egocentrismo; e o som almático de uma pseudo-vitória. Trilhar pelo caminho que leva ao fracasso existencial é caminhar distante do combate proposto pelo Eterno. O caminho muda e já não será mais aquele que leva para a perdição, porém, pelo contrário, o caminho agora conduzirá até a vida. Até a vida no sentido de propósito e de preenchimento do vazio existente. Estreito é o caminho que leva à vida. Estreito é o caminho que conduz ao preenchimento da existência. Esse caminho possui o solo do inconformismo; a vegetação do altruísmo; e o som celestial de uma vitória genuína!



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