sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz ano novo!

Sei lá... tem dias que a gente olha pra si e se pergunta se é mesmo isso aí que a gente achou que ia ser quando a gente crescer...”
                Como diz o poeta sabiamente, é isso mesmo que eu quero pra minha vida? Estou fazendo aquilo que sonhara quando mais novo, quando me dei conta da minha existência, quando resolvi dá sentido para minha vida?
                A vida é feita de circunstâncias que nos obrigam a fazer escolhas que acabam nos levando para perto ou para longe dos nossos sonhos. Escolhas que são tomadas para nos trazer um conforto, muitas vezes imediato; mas que não nos trarão, lá na frente, uma satisfação plena.
                “... E se pergunta se anda feliz com o rumo que a vida tomou no trabalho e no amor...”
                Esse trecho retrata o tipo de pessoa que fez uma escolha (ou escolhas) que a afastou daquilo que ela realmente gostaria de fazer. “Se pergunta se anda feliz”, andar feliz, estar feliz; mas o que é felicidade? Seria bem-estar? Seria a realização daquilo que sempre buscamos para nossas vidas? Talvez... pode ser. Pra muita gente, felicidade está atrelada àquilo que dá prazer, que dá gosto em fazer, que traz tranqüilidade. Resumindo, pode-se entender que a felicidade estaria naquilo que a gente gosta em geral.  
Para fazer o que se gosta é preciso escolher fazer mesmo parecendo loucura ou achando que não dará certo. Afinal, fazer o que gosta superará qualquer dificuldade, qualquer desafio, qualquer vontade de desistir. Não pelo simples fato de realizar uma tarefa, um serviço; mas pelo fato de que ali está tudo o que sempre sonhou, tudo o que sempre quis, tudo o que sempre buscou. Ludere quae ego volo é uma frase em latim que diz “Toco o que quero.”, no sentido de fazer o que gosta. E você, faz o que gosta?!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Análise do Filme Mr. Jones

Mr. Jones (Richard Gere) é um homem impulsivo e fascinante, que atrai as pessoas com o seu encanto e a sua energia vital. No entanto, por vezes passa bruscamente desse estado de euforia para um enorme desespero. A sua psiquiatra, a Dra. Elizabeth Bowen (Lena Olin) está decidida a ajudá-lo. Mas antes que dê por isso, estará profundamente ligada a ele.
Bom, depois da sinopse oficial do filme, a história contada, como fora citada anteriormente, é a do personagem Mr. Jones (Richard Gere), que sofre de Transtorno Afetivo Bipolar. O TAB pode ser considerado uma perturbação afetiva que alterna de estados maníacos a estados depressivos. O Mr. Jones, de modo geral, é um homem bastante inteligente, culto, eloqüente. Quando se encontra na fase maníaca algumas características “recebem um ganho”; torna-se eufórico, encantador, galanteador, hiper-ativo. Consegue assim, conquistar muitas coisas ao seu redor; consegue um emprego e também sair com uma operadora de caixa de um banco; intromete-se na regência de uma peça de Beethoven, pois achou que a mesma deveria ser executada em allegro vivace(andamento mais rápido);  vale lembrar também que na fase eufórica a sua confiança é tão grande que ele põe-se a conquistar uma mulher que estava na companhia de seu parceiro sem medo de possíveis conseqüências. Não podemos deixar de citar também uma vontade que o Mr. Jones sustenta durante todo o filme, que é a de voar (isso quando está na sua fase eufórica). Nota-se que nessa fase o personagem arrisca sua vida por diversas vezes. Porém, quando se encontra na fase depressiva, Mr. Jones parece ser outra pessoa; apático, com humor deprimido, parece abalado por uma situação de perda de um relacionamento amoroso. Nessa fase o personagem demonstra toda sua fragilidade, e a idéia de “super-homem” motivado, apaixonado pela vida cai por terra. Parece ser contraditório, e até mesmo pouco provável de que esse quadro possa acontecer na vida real. Mas não, tirando é claro o romantismo da sétima arte, uma pessoa que sofre com o Transtorno Afetivo Bipolar apresenta sim, esse padrão.
Quanto à personagem de Lena Olin, a Dra. Elizabeth Bowen, é apresentada como uma das melhores especialistas da região na qual está inserida; parece ser bastante centrada, encarando com muita seriedade a sua profissão. Mas encontra-se em um estado de vulnerabilidade emocional, pois está se divorciando. Ao encontrar-se com o Mr. Jones (em sua fase eufórica), descreve-o como um homem muito interessante. Essas contigências – ela, em um estado vulnerável-emocional, e ele, em sua fase eufórica do TAB - acabaram por facilitar o envolvimento dos dois. Que para a visão romântica da coisa, esse envolvimento é até legal; mas que para a visão proposta para essa análise, que é a de um olhar enquanto acadêmico de psicologia, não é aceitável.
O envolvimento dos dois personagens acaba por prejudicar o tratamento do paciente. Já que, como a Dra. Bowen deixou ser levada por seus sentimentos, acabou prejudicando a sua escuta enquanto psiquiatra do caso Jones. Sabemos que há, por muitas vezes, identificações, ligações terapeuta-cliente; e o terapeuta sabe que qualquer tipo de ligação (no sentido de não saber separar, de tomar partido por alguma experiência)  com o cliente prejudica o tratamento em questão. A grande crítica ao filme é justamente a conduta inadequada que Elizabeth tem com o Mr. Jones.  Ao envolver-se com o cliente a doutora tem uma perda significativa na eficiência das suas intervenções; motra-se bastante interessada e acaba sendo invasiva em relação à vida pessoal do Mr. Jones. Ela faz intervenções tendenciosas – em uma das sessões Elizabeth pergunta sobre Ellen (ex-amor de Mr.Jones) - e de pouco proveito para o paciente. No desenrolar da história o interesse amoroso aumenta enquanto que o interesse em tratar o transtorno do paciente parece diminuir; o que culmina na consumação da relação amorosa dos dois. Quebrando assim, o que seria “uma das maiores regras” que envolve a psicoterapia: envolver-se com um paciente.
Enquanto espectadores de um romance, torcemos para o “típico final feliz” existir, porém ao analisarmos com o olhar da ética profissional torcemos para que Elizabeth consiga resistir aos encantos do Mr. Jones, manter-se firme no tratamento e conseguir a estabilidade do caso. Um final que também seria feliz e se encaixaria melhor na realidade em que estamos inseridos.  

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Levanto os meus olhos

“Eu olho para o céu, de onde me virá o socorro?”
                Essa citação é de uma música que eu estava escutando agora a pouco quando me veio a idéia de tentar esclarecer um pouco esse trecho da letra.
                O que leva uma pessoa a olhar para o céu?! Talvez a preocupação com a mudança climática ou, por que não, uma simples admiração da passagem de um avião que tenha chamado a sua atenção. Essas são possibilidades, mas me veio na cabeça outra situação. Sabe aquele dia em que, por qualquer motivo que seja você está com um pé atrás, com uma dúvida, com um medo de tomar uma decisão errada? Pois é, foram justamente essas situações que me vieram à cabeça.
                Lembrei que, sempre quando acontece uma situação inesperada, eu particularmente inclino minha cabeça para trás, olho para o céu, dou um longo suspiro, e penso “Oh Deus!”. Eu olho para o céu quando me sinto desconfortável, com medo, inseguro, com dúvidas. Levanto os meus olhos quando procuro por uma resposta. Eu não pergunto “de onde me virá o socorro?”, pelo menos não explicitamente. Mais é isso que procuro. Oh! E agora quem poderá me ajudar? Não, não é pelo colorado astucioso do Chapolin que eu procuro por socorro. Eu procuro é pelo Senhor!
                Quando é perguntado para as pessoas onde Deus mora, umas das respostas mais citadas é o céu; é comum fazermos essa associação. Quando procuramos por Deus geralmente olhamos para cima, esse é um hábito muito comum quando louvamos ou oramos. Olhar para o céu parece ser um simples ato, porém é muito profundo. Mostra a procura por Deus, demonstra a ânsia pelo Seu auxílio, pela presença dEle. E perguntar: “de onde me virá o socorro?” mostra a dependência pelo Pai, demonstra a segurança que se encontra n’Ele quando uma situação adversa é apresentada. Quando eu olho para alguém e faço uma pergunta eu crio uma expectativa de que essa pessoa responderá minha dúvida. Assim também ocorre quando eu olho para o céu.
Quando olho para o céu e pergunto de onde me virá o socorro na verdade estou dizendo “Deus me ajuda. Eu procuro por respostas, tira minhas dúvidas, eu preciso de Ti.”

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ídolos desprovidos de saúde emocional

“Hoje não sou feliz.” (Xuxa Meneghel)
                Ídolo é um objeto de adoração que representa materialmente uma entidade espiritual ou divina, e freqüentemente é associado a ele poderes sobrenaturais, ou a propriedade de permitir a comunicação entre os mortais e o outro mundo. Na atualidade, com o avanço da tecnologia, o acesso de pessoas comuns a trabalhos de artistas, políticos, e personalidades importantes, o termo ídolo expandiu-se da esfera divina para a humana. É comum hoje em dia as pessoas associarem o termo “ídolo” a uma pessoa que possui sucesso em sua respectiva área profissional. Vou me direcionar especificamente às pessoas que estão na mídia.
                Quando criança quem nunca sonhou em ser um jogador de futebol famoso como fora o Ronaldo (no caso dos meninos); no caso das meninas, quem nunca sonhou em ser uma princesa como fora a Lady Di ou uma atriz bem sucedida?! Isso é natural do ser humano. Lendo uma dessas revistas sobre as celebridades vi uma reportagem da Xuxa dizendo que não era feliz. Isso ativou minha memória e lembrei-me de outras tantas celebridades que conhecemos que seguem o mesmo rumo da Xuxa. São pessoas bem sucedidas; possuem fama, dinheiro, popularidade. Mas ao mesmo tempo não são exemplos de saúde emocional. Casam-se e se separam inúmeras vezes. Trocam de companheiros sempre. Isso é muito comum entre o “meio” das celebridades, dos ídolos; que, por muitas vezes, são os nossos. Essa falta de saúde emocional é fruto de que? Esses ídolos muitas vezes são carismáticos, conhecem os segredos da sua profissão, sabem expressar opiniões sobre diversos assuntos. Mas eles não descobriram como funcionam as suas emoções, ou não conhecem seus segredos ou têm medo de descobri-los.
                Fico preocupado em as pessoas tomarem como exemplo esses ídolos. É assim que você quer ser? Bem sucedido profissionalmente, porém destruído emocionalmente? Quando você se espelha em alguém, o desejo é seguir os passos dela. Tem gente que copia todo o estilo visual de seu ídolo; e, infelizmente, não é só o visual que é copiado. Muitas vezes as ações, as atitudes também o são. Aí é minha preocupação. Prestemos atenção em quem são nossos exemplos. Mais importante do que ter sucesso profissional é ter sucesso emocional. Antes do profissional, tenha o emocional. Não é à toa que no atual mercado de trabalho as empresas priorizam por um candidato como boa uma saúde psíquica.
                Não queira ser igual a um cara famoso, bem sucedido que espanca sua namorada; muito menos a uma socialite que está em seu nono casamento; só pelo fato deles terem um aparente sucesso. Afinal de contas se você investir em sua saúde emocional terá como consequência uma vida muito mais sucedida do que qualquer outro.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Politicamente correto por Ben-Hur Rava

Piadas e humor rendem boas gargalhadas e, invariavelmente, polêmica. O Ministério Público abriu inquérito contra o humorista Rafinha Bastos por suposta apologia a estupro ao ter elogiado estupradores de mulheres feias em show de stand up comedy. Afora a questão do bom ou mau gosto da blague, o episódio merece reflexão.
Até onde vai o limite ao direito de manifestação de pensamento e liberdade de expressão? Alguns dirão: há de se proibir os abusos! Cadeia para engraçados e falastrões!
Mas onde está a razão?
Geralmente a liberdade de expressão é um direito bem vindo pela opinião pública, desde que não seja ofensiva ou politicamente incorreta. Quando se veicula opinião fora dos padrões da moral e bons costumes aceites em determinados grupos sociais a coisa muda de figura. Todos querem liberdade para expressar-se sobre política e rock'n roll, mas quando o assunto é sexo e drogas o debate esquenta e lá vem o MP com processo.
Nos EUA, a 1ª Emenda é categórica ao proteger a liberdade de expressão. Lá, juízes fazem interpretação ampla (direitos absolutos) da aplicação da liberdade em casos relacionados à comédia e à satira usada na mídia e espetáculos, seja por entretenimento, seja por veiculação publicitária.
Inúmeros casos foram julgados, sendo o mais famoso o de Larry Flynt, editor da Revista Hustler, em 1983, quando publicou paródia sexual de incesto do falecido Reverendo Jerry Falwell e sua mãe. O processo foi à Suprema Corte, em 1988, e então Chief Justice Rehnquist disse: "No cerne da 1ª Emenda está o reconhecimento da importância fundamental do livre fluxo de idéias e opiniões sobre a preocupação com assuntos de interesse público". Shows de David Letterman, Jay Leno e Jon Stewart foram cerceados por suas opiniões sarcásticas e corrosivas. Produtores do Saturday Night Live e South Park foram processados pelas gags hilárias, ainda que de gosto duvidoso. Porém, tem prevalecido a convicção de que a Constituição é pilar inabalável da liberdade de expressão, como forma de cultura democrática, mesmo em face a direitos dos grupos e minorias.
Hoje, no Brasil, a ditadura do politicamente correto quer restringir a plena liberdade, qualquer que ela seja. Cria-se uma rede de patrulha às livres idéias da imprensa e mídia que ameacem valores conservadores arraigados.
Por isso, o preço da liberdade é a eterna vigilância.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Etnocentrismo denominacional

      
Estava eu um dia na faculdade apresentando e assistindo a um seminário na cadeira de psicologia social quando um grupo teve como tema a etnia. Eles fizeram uma apresentação muito boa e quando eles estavam na metade da apresentação, tocaram no etnocentrismo, um assunto que me chamou a atenção. Vamos conhecer um pouco sobre esse assunto?

Bom, de acordo com a maioria, Etnocentrismo' é um conceito antropológico, que ocorre quando um determinado indivíduo ou grupo de pessoas, que têm os mesmos hábitos e caráter social, discrimina outro se julgando melhor, seja pela sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias, ou até mesmo por uma diferente forma de se vestir. Essa avaliação é, por definição, preconceituosa, feita a partir de um ponto de vista específico. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico considerar-se como superior a outro. 

Do ponto de vista intelectual, etnocentrismo é a dificuldade de pensar a diferença, de ver o mundo com os olhos dos outros. O fato de que o ser humano vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais. A tendência do ser humano nas sociedades é de repudiar ou negar tudo que lhe é diferente ou não está de acordo com suas tendências, costumes e hábitos. Na civilização grega, o bárbaro, era o que "transgredia" toda a lei e costumes da época; este termo é, portanto, etimologicamente semelhante ao selvagem na sociedade ocidental. O costume de discriminar os que são diferentes, porque pertencem a outro grupo, pode ser encontrado dentro de uma sociedade. Agressões verbais, e até físicas, praticadas contra os estranhos que se arriscam em determinados bairros periféricos de nossas grandes cidades é um dos exemplo. Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais.



Agora que já conhecemos um pouco sobre o etnocentrismo queria falar o porquê da minha iluminação. Eu estava muito atento à apresentação do grupo dos meus colegas, eles tocaram nesse assunto, e eu fiz uma busca no meu hd procurando alguma situação que ilustrasse o tema. Pois bem, eu achara. Na realidade eu acabara por juntar o conceito às situações conhecidas por mim. Em 1 Co 12: 12-25 o apóstolo Paulo fala sobre o corpo de Cristo e seus diferentes membros com suas respectivas funções. Como não é nenhuma novidade, existem muitas confusões dentro das igrejas com relação à diversidade desses membros. Mas eu vou abordar uma versão um pouco mais ampla, como cada membro sendo uma denominação diferente.

Assim que surgiu o movimento G12 houve várias críticas ao movimento e às suas estratégias; assim como também sempre existiu conflitos entre batistas versus assembléianos e etc. Além de questões doutrinárias envolvidas, com certeza existe o etnocentrismo denominacional. Eu já participei de algumas denominações de igrejas evangélicas; já fui batista tradicional, já fui assembléiano, já fui do G12 e hoje me congrego em uma batista (com um caráter bem pouco tradicional). E também já convivi com pessoas de outras denominações, assim como já ministrei em outras. Resolvi falar sobre essa mania que um grupo evangélico tem de analisar as doutrinas, as culturas de outras denominações a partir de um ponto de vista que é o qual ele está inserido. Já escutei e já participei de rodas que criticavam os irmãos de outra denominação só por ele fazer parte dela; ou pelo fato do homem usar brinco, ter o cabelo longo; ou pela irmãzinha não usar maquiagem, ou usar calça, ou ser pastora e etc. E sim, as pessoas que criticavam se julgavam melhor, pois acharam que eram mais livres ou mais santas por usarem isso ou aquilo; ou por ser, por ter alguma coisa ou não. Tremendo erro não?! 

Já ouvi absurdos, como por exemplo, de algumas pessoas que ao saírem de determinada denominação foram rotuladas de pessoas que não seriam mais abençoadas pelo Pai; como se só nessa determinada denominação é que as coisas acontecessem, por que lá se trabalhava de uma determinada forma (que era a melhor de acordo com eles). Já ouvi também grupos se achando mais santos por que praticavam tais ações e os outros, não. Já vi uma irmã perdendo a calma por que eu dissera que queria comprar o cd de uma pastora que saíra da nossa denominação. Eu mesmo já sofri esse tipo de problema quando me mudara de um grupo para outro; uma irmã da minha antiga igreja me perguntara (com um tom de ironia) se eu ainda era crente pelo simples fato de ter deixado a igreja dela e entrado em outra; vale lembrar que até hoje ela não entende o porquê de eu ter saído da sua igreja, já que lá era minha família. O engraçado é que ela me falou o seguinte: “Eu não entendo como tu pôde ter saído de lá, já que lá é a tua família.”; eu respondi que eu não tinha saído da minha família; minha família é o corpo de Cristo como um todo, não só uma igreja em específico. O problema é que ela não enxergou isso. Ela defendeu tanto o fato de que eu só estaria na família se compartilhasse do mesmo grupo dela que insinuou o meu “desviamento” dos caminhos do Pai.
                
Como um cristão é capaz de pensar que um indivíduo só é bom, só presta, só é abençoado quando está no mesmo grupo dele?! Isso só acontece por que a imaturidade impera no meio evangélico. A dificuldade de aceitar as diferenças está estampada em nossa realidade.  Esse tipo de pensamento me deixa muito triste. De uma maneira ou de outra, acaba-se por desmerecer a estratégia de outros grupos. E isso traz muito mais que a divisão, traz os conflitos, traz a falta de respeito. Em Mateus 12:25 Jesus já dizia que todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá.

Então que a gente possa deixar de achar que o outro irmão não presta só por que ele não é da sua convenção, pois o Mestre já dizia “pois quem não é contra vocês, é a favor de vocês.” (Lc 9: 50b). Independente de denominação, cultura, doutrinas, tudo é válido, estando sob a luz da bíblia é claro, na contribuição para a propagação do Reino de Deus.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Alguma coisa sobre música gospel


“Você pode pegar a música da Falamansa e dizer que ela é gospel. Por que gospel fala de coisas boas e tal.” (Tato – Falamansa)

                Assistindo a um programa na TV Brasil, me deparo com essa afirmativa do vocalista da banda Falamansa, uma das precursoras do estilo sertanejo universitário, dizendo que a música da banda dele poderia ser intitulada de música gospel; com a justificativa de que as letras falam sobre coisas boas.
                Mas afinal de contas, o que é música gospel?!
                A música gospel (do inglês “gospel”, ou seja, “evangelho”) é um gênero musical de origem afro-americana, nascido nas fazendas de escravos no sul dos Estados Unidos. Os escravos cantavam músicas religiosas com mensagens escondidas em suas letras. O gospel em sua forma original era geralmente interpretado por um solista, acompanhado de um coro e um pequeno conjunto instrumental. Um exemplo muito claro está no filme Mudança de Hábito, onde encontramos a verdadeira música gospel, na canção Oh happy Day.
                Agora que já sabemos o que realmente é a música gospel, podemos concordar com o Tato quando ele diz que a música da sua banda pode ser rotulada como gospel? Acho que ele é tão confuso, quanto nós, ao utilizar esse termo (o gospel) pra falar de música cristã.
                O gospel é um gênero musical, isso mesmo; como já foi explicado anteriormente, o gospel é um estilo musical e não engloba a música cristã como um todo.  No Brasil, o termo gospel foi utilizado pela primeira vez pela Gravadora Gospel Records (em meados dos anos 80), pioneira nesse segmento. E, infelizmente, a partir daí, começaram as dúvidas e o emprego errado do termo gospel. Nas terras tupiniquins, o gospel é utilizado para rotular a música cristã-evangélica como um todo, podendo ela ser um forró, axé, rock, pop, etc. Seria como chamar todas as músicas pagãs e/ou satânicas de Black metal. Ou seja, associar um estilo musical (Black metal) a uma mensagem transmitida nas letras, mesmo esta sendo difundida por outros estilos (forró, axé, samba, rock, pop).
                Há quem defenda o uso do termo gospel para abranger toda música cristã-evangélica do país, pois é um termo de fácil associação. De acordo com a origem da palavra, eles estão errados ao defender. E, por razão dessa defesa, foi que o nosso amigo Tato usou erroneamente o termo gospel em sua afirmação. Ele seria mais assertivo se dissesse música cristã. Em se tratando do contexto brasileiro, que é impregnado com o uso errado do termo, eu não o culpo pelo uso indevido. Mas convenhamos que não seja o correto. E agora que você já sabe a origem do gospel, espero que não cometa o mesmo erro que ele cometera.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sujeito da História

                Todo indivíduo desenvolve atitudes em relação ao meio social. Atitudes estas, que podem ser mudadas.
                Estamos em constante aprendizagem, que é um processo fundamental da vida. A aprendizagem ocorre também, por meio do social. Ou seja, de um contexto histórico já existente. Observamos alguma situação e a transformamos, ou não, em experiência de vida; a qual é muito particular de cada um.
                Se vivemos em um contexto social, supõe-se que analisemos uma grande parte das situações existentes em nosso redor. E, a partir daí, construímos verdades, valores; esses valores, verdades só são construídos pelo fato do homem ser sujeito da História. A História é construída pela subjetividade de alguns, pois estes adquiriram experiências de uma situação e trouxeram para si, e viram que era bom. Externalizaram... Convenceram um grupo e assim a História fora e é construída.
                Um indivíduo é tão influenciado e influencia tanto, que em determinados grupos têm-se “cópias”, apesar da individualidade de cada um.  

sábado, 4 de junho de 2011

Texto de Arnaldo Jabor


         "É melhor você ter uma mulher engraçada do que linda, que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranqüila e saudável, é desencanada e adora dar risada. Do que ter uma mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a seqüência de bíceps e tríceps. Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí? Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução. Mas ainda não criaram um remédio pra FUTILIDADE!!"  (Arnaldo Jabor)

        Esta crítica de Jabor à futilidade nada mais é do que o reflexo que a sociedade vive hoje. Valoriza-se mais um padrão de beleza quase inalcançável do que o conteúdo apresentado por cada indivíduo, e destaco aqui, assim como Jabor, as mulheres. Mulheres com lindas curvas, com medidas invejáveis, com dietas malucas, com implantes cada vez maiores, com pele de pêssego, com barrigas que dão pra lavar roupas; porém, mulheres essas, que não sabem apreciar uma boa música, um bom filme, ter uma conversa saudável.
        Eu dou eco às palavras do Jabor, melhor ter uma boa companhia do que um modelo que mais parece àqueles das vitrines das lojas. Afinal de contas, beleza não é aparência. Beleza é equilíbrio. Equilíbrio que nada mais é do que o bem-estar encontrado em ambas as partes por um casal.



quarta-feira, 25 de maio de 2011

Neo vs Smith

- Por que, Mr. Anderson? Por que você faz isso? Por que levanta? Por que continuar lutando? Você acredita que está lutando por alguma coisa? Enquanto ainda sobrevive? Você pode me dizer o que é? Você ao menos sabe? Pela liberdade? Ou pela verdade? Paz, talvez? Sim? Não? Poderia ser por amor? Ilusões, Mr. Anderson. Estranhas percepções. Construções elaboradas pela débil mente humana tentando desesperadamente justificar uma existência sem significado ou finalidade. Isso tudo é tão artificial quanto a própria Matrix, embora só a mente humana seja capaz de inventar algo tão insípido como o amor. Você não pode negar, Mr. Anderson. Você precisa ver isso. Você não pode vencer. É inútil continuar. Por que, Mr. Anderson? Por que? Por que você persiste?

            É com esse diálogo da luta final entre Neo VS. Smith do terceiro filme da trilogia Matrix que começo mais um texto. Mas antes de abordar a fala acima em si, vamos analisar rapidamente a trilogia.
            A trilogia, como todo mundo já está careca de saber, fala da manipulação do sistema global e de como as pessoas não tem o senso crítico, não conseguem analisar, pensar, exercer algum tipo de reação relevante em relação a esse sistema falido. Os filmes dos irmãos Wachowski sem dúvida nos fazem pensar um pouco a respeito disso. Não vou aqui fazer um texto analisando o contexto sociológico do filme, até por que a “dona net” já está saturada de artigos como esse.
            Uma das coisas que me chamou atenção no filme foi uma dúvida do nosso herói, o Neo: destino ou livre escolha?
            O nosso herói, ao ser questionado por Morpheus se acreditava em destino, reponde negativamente, justificando que gosta de pensar que a vida é dele e por isso o controle está em suas mãos. Mas, vemos no decorrer da trilogia que Neo parece ser pré-destinado a tal objetivo que é o de ser o salvador da raça humana. O que se confirma na conversa de Neo com o Arquiteto (o criador da Matrix). O Arquiteto expõe que já houve outros cinco “escolhidos” como o Neo, e que na verdade ele também faz parte de um sistema pré-estabelecido. Até aí se confirma o sentido de destino. O Arquiteto apresenta duas opções a Neo: ver Zion (a última cidade dos humanos fora da Matrix) ser destruída, perdendo todo mundo que ele ama, e ao mesmo tempo a possibilidade de “reconstruir” a raça humana; ou voltar à Matrix e tentar salvar Trinity, a sua amada, tendo por conseqüência a extinção da raça humana. Como Neo, endossado pelo Arquiteto, afirma: o problema é a escolha. As cinco anomalias antecessoras à Neo optaram pela destruição de Zion e a reconstrução da raça humana. Porém nosso herói, motivado pelo amor, surpreende o Arquiteto escolhendo a porta que traz a possibilidade de salvar a sua amada. Nesse ponto do filme quebra-se a idéia de destino. O esperado pelo arquiteto era que Neo optasse, assim como seus antecessores, pela reconstrução da raça humana. Neo, porém, decidiu salvar sua amada. Uma decisão egoísta da parte do nosso herói?! Aparentemente sim.
            Quando ele optou por salvar Trinity eu pensei “e a humanidade?!”. Mas como nosso herói já enfatizara, o problema é a escolha. As outras cinco “versões” do Neo -  penso eu - não tiveram motivação suficiente para optar pela escolha além daquela da reconstrução da humanidade. Baseado em que eu afirmo isso? No momento em que o Arquiteto apresenta as opções à Neo, ele dá um toque na sua “caneta mágica” e consegue ver todas as reações do nosso herói. Mas como o Arquiteto mesmo afirma a reação de Neo foi menos genérica que a dos outros cinco. Neo parecia ter mais motivos para se livrar de um sistema pré-estabelecido. Mais motivos ou um motivo a mais?! Acredito que um motivo a mais: o amor. Mas a questão aqui não é o amor (pelo menos não por enquanto) e sim o dilema livre escolha ou destino; logo Neo surpreende até o criador da Matrix escolhendo salvar Trinity, quebrando a idéia de destino que o filme apresentara até o momento,  tomando controle da sua vida. Porém toda escolha tem suas conseqüências. E o nosso herói sabia disso, ele sabia que a raça humana entraria em extinção e mais uma vez ele escolhe fazer algo e continuar lutando para achar alguma alternativa para pôr fim à guerra.
Mas o que o motiva a continuar lutando pela humanidade já que a sua amada já está a salvo? É aqui que entra a fala (citada no início do texto) do ex-agente Smith; e a resposta está na própria fala desse coadjuvante. Reparem que para todas as outras opções ele faz interrogações; mas apenas na opção do amor ele afirma, tentando negá-lo - “... embora só a mente humana seja capaz de criar algo tão insípido quanto o amor.”. O que motivou Neo a continuar escolhendo pela salvação da humanidade foi o amor por quem ele admirava, o prazer de estar ao lado de pessoas que o fizeram crescer, que o libertaram, que o tiraram do sistema pré-estabelecido, de um sistema onde os humanos não pensam, não criticam, são passíveis, são conformados, resumindo, da Matrix.  Essa era a maior motivação do nosso herói.
Ele deixou de ser controlado pelo sistema (algo que até então nem seus companheiros ‘escolhidos’ tinham conseguido), não obedeceu ao destino dele; todavia ele controlou a própria vida, salvou a raça humana e nos levou a refletir sobre várias coisas.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cisne Negro

            Estava eu folheando uma edição da revista Psique quando olho uma matéria sobre o filme Cisne Negro. A priori, infelizmente, não tive a oportunidade de lê-la, porém fiquei muito interessado em assistir ao filme. Este que já conhecia de ouvir falar e nada mais.
            No começo me pareceu um filme de comum, mas que no desenrolar da trama, não tem nada de comum. Uma bailarina, a Nina (Natalie Portman), que beira seus trinta anos, busca um lugar ao sol, e ela consegue! Nina consegue o papel principal de rainha dos cisnes para a nova versão que o diretor Vicent Cassel está produzindo da versão do ballet de “O Lago dos Cisnes”, de Tchaikovsky. Nessa versão Nina terá de interpretar o cisne branco e o negro, encarar o bem e o mal. E é nesse ponto que surge o brilhantismo da história.
            Na busca por uma apresentação perfeita Nina terá de lhe dá com sua maior dificuldade, que é ela mesma. Todos os seus desejos e angústias reprimidos se afloram na busca por essa apresentação. Pelo fato de ter uma criação totalmente possessiva por parte da mãe, que faz inúmeras projeções na filha, Nina percebe que todo esse protecionismo e conseqüentemente toda a ingenuidade que traz consigo só atrapalha o seu desempenho. E é nesse ponto que a trama torna-se espetacular. Acompanhamos de perto a constante luta de Nina pra vencer seus medos e aflorar todos os seus desejos e finalmente conseguir a apresentação perfeita. É de tirar o fôlego, em uma atuação fantástica de Natalie Portman, que consegue prender a atenção do espectador do começo ao fim.
            Intenso com certeza é uma palavra para definir esse filme. Com todo o suspense e a luta que Nina enfrenta, o espectador se identifica com o personagem. Pois mostra a luta, id x superego (como já dizia Freud), que cada um tem todos os dias. Luta do instinto contra os valores morais, do “bem” contra o “mal”, do cisne branco contra o negro.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Apresentação

            Hoje em dia quantas pessoas não buscam o autoconhecimento, elevar suas habilidades técnicas, capacitar-se profissionalmente e tudo mais?! Afinal na época em que estamos vivendo, uma das coisas que tem dado mais pano pra manga é sobre o autoconhecimento, no que tange a subjetividade, o individualismo; e, em relação ao profissional, é sobre a capacitação, a experiência técnica.
            Pois bem, encontrei um termo um tanto quanto adequado para esse tipo de busca que o ser humano persegue nos tempos atuais. Cada indivíduo busca ser uma pessoa melhor; uma pessoa equilibrada, que tenha controle sobre suas emoções, que saiba lhe dar com as diversas situações do dia-a-dia. Atingindo, ou pelo menos tentando, uma estabilidade. Esta estabilidade quer seja emocional - “A estabilidade emocional é o efeito da convicção íntima do homem, que assim expressa a segurança de fé e de ideal que esposa.” (De “Viver e amar”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis); familiar - “Para a busca de soluções para os conflitos familiares, um dos principais caminhos a ser seguido é o da afetividade.” (SIERRA LONDONO, 1998); ou financeira.  
            Sempre o que buscamos é a melhoria, o aprimoramento – pelo menos é o que eu espero que você tenha como uma filosofia de vida. Pra quem não sabe, o meu nome é Othon. Então eu fiz uma pequena brincadeira com a palavra otimizar – termo um tanto quanto adequado. Fiz uma fusão do meu nome com essa palavra e saiu “othimizar”. E como eu vou pregar sobre a busca dessa melhora do indivíduo enquanto pessoa, o termo final ficou “othimize-se”!