“Pai nosso [...], dá-nos hoje o nosso pão de cada dia!”
O
estudo da oração do pai nosso tem se confundido com a história da humanidade. A
oração do sermão do monte é a mais recitada pelos cristãos. Todos eles a tem
como o modelo de oração. O modelo que o mestre deixou.
Jesus possuiu
um modo-de-ser singular. Ele existiu de uma forma tão inovadora e radical que
quebrou vários paradigmas da sua época. Ele propôs uma transformação do ser. O nazareno
desejou um modo-de-ser onde o ser humano não se fechasse em si próprio, mas
pelo contrário, fosse aberto para dedicar-se a uma causa. O mestre foi o maior
exemplo de dedicação. Ele não viveu para ele, para satisfazer o seu ego, mas
antes, ele tornou-se pleno quando concluiu o seu existir dando a sua vida,
dando a sua existência, o seu bem maior.
Quando
Jesus ora ao Pai ele deseja que a tarefa de trazer o reino do Eterno a Terra seja
concluída e isso o mestre declara nas primeiras frases da oração do sermão do
monte. Ele deseja isso, dá a dica de como conseguir concluir essa tarefa que é
através do trazer o reino do Amor a Terra e ainda intercede pelo sustento do
foco da mesma: Jesus pede ao Eterno pelo pão nosso de cada dia.Realizar a
tarefa de trazer o reino é árdua, pois implica no modo-de-ser de Jesus,
significa ser igual o mestre; significa doar-se; escolher a causa e abraçar-se
a ela. Trazer o reino é uma proposta existencial, uma proposta da práxis e não
das palavras e muito menos dos discursos.
O
pão tem significado de alimento, muitos interpretam esse alimento como um
alimento físico, espiritual ou emocional. Porém a proposta de Jesus é que todo
dia venha até nós o pão que alimenta a nossa existência. O mestre clama pelo
sustento do foco da tarefa de trazer o reino que é o modo-de-ser para fora de
si. O pão é existencial. O que me move é a busca pelo sentido da minha vida.
O que alimenta
a tua existência? O que te faz querer existir? Qual o sentido principal da tua
vida? Acredito que as respostas para essas perguntas sejam baseadas na causa do
Reino do Eterno. For por isso que o nazareno lutou até o final. Foi por isso
que Paulo apóstolo perseverou. For por isso que Timóteo se moveu. É por isso
que o Jorge, a Maria, o João, a Renata, o Joaquim se move.
O pão nosso
não é – tão somente – aquilo que alimenta o fisiológico, o psicológico e o
espiritual; mas é também o que alimenta o existencial. Quando o mestre vai até
o monte das Oliveiras no momento próximo a traição de Judas, ele está
angustiado, aflito, porém ele ora ao Pai desejando que seja feita a vontade dEle,
as mesmas palavras proferidas na oração do pai nosso, a vontade de trazer o
reino a Terra. Mais uma vez o mestre escolhe, ele lembra o que alimenta a sua
existência, ele nega a si mesmo. O mestre doa-se a causa do reino do Amor e
consegue trazê-lo a Terra. Por isso, oro para que quando essas palavras forem
declaradas, a saber “dá-nos hoje o nosso
pão de cada dia”, que toda pessoa lembra do que alimenta a sua existência.
“Pai nosso [...], dá-nos hoje o nosso pão
de cada dia.”
Amém! Que o nosso anseio por Deus seja cada vez mais constante e intenso.
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