sábado, 3 de maio de 2014

Pão de cada dia

“Pai nosso [...], dá-nos hoje o nosso pão de cada dia!”
              
             O estudo da oração do pai nosso tem se confundido com a história da humanidade. A oração do sermão do monte é a mais recitada pelos cristãos. Todos eles a tem como o modelo de oração. O modelo que o mestre deixou.

     Jesus possuiu um modo-de-ser singular. Ele existiu de uma forma tão inovadora e radical que quebrou vários paradigmas da sua época. Ele propôs uma transformação do ser. O nazareno desejou um modo-de-ser onde o ser humano não se fechasse em si próprio, mas pelo contrário, fosse aberto para dedicar-se a uma causa. O mestre foi o maior exemplo de dedicação. Ele não viveu para ele, para satisfazer o seu ego, mas antes, ele tornou-se pleno quando concluiu o seu existir dando a sua vida, dando a sua existência, o seu bem maior.

                Quando Jesus ora ao Pai ele deseja que a tarefa de trazer o reino do Eterno a Terra seja concluída e isso o mestre declara nas primeiras frases da oração do sermão do monte. Ele deseja isso, dá a dica de como conseguir concluir essa tarefa que é através do trazer o reino do Amor a Terra e ainda intercede pelo sustento do foco da mesma: Jesus pede ao Eterno pelo pão nosso de cada dia.Realizar a tarefa de trazer o reino é árdua, pois implica no modo-de-ser de Jesus, significa ser igual o mestre; significa doar-se; escolher a causa e abraçar-se a ela. Trazer o reino é uma proposta existencial, uma proposta da práxis e não das palavras e muito menos dos discursos.

                O pão tem significado de alimento, muitos interpretam esse alimento como um alimento físico, espiritual ou emocional. Porém a proposta de Jesus é que todo dia venha até nós o pão que alimenta a nossa existência. O mestre clama pelo sustento do foco da tarefa de trazer o reino que é o modo-de-ser para fora de si. O pão é existencial. O que me move é a busca pelo sentido da minha vida.

  O que alimenta a tua existência? O que te faz querer existir? Qual o sentido principal da tua vida? Acredito que as respostas para essas perguntas sejam baseadas na causa do Reino do Eterno. For por isso que o nazareno lutou até o final. Foi por isso que Paulo apóstolo perseverou. For por isso que Timóteo se moveu. É por isso que o Jorge, a Maria, o João, a Renata, o Joaquim se move.

 O pão nosso não é – tão somente – aquilo que alimenta o fisiológico, o psicológico e o espiritual; mas é também o que alimenta o existencial. Quando o mestre vai até o monte das Oliveiras no momento próximo a traição de Judas, ele está angustiado, aflito, porém ele ora ao Pai desejando que seja feita a vontade dEle, as mesmas palavras proferidas na oração do pai nosso, a vontade de trazer o reino a Terra. Mais uma vez o mestre escolhe, ele lembra o que alimenta a sua existência, ele nega a si mesmo. O mestre doa-se a causa do reino do Amor e consegue trazê-lo a Terra. Por isso, oro para que quando essas palavras forem declaradas, a saber “dá-nos hoje o nosso pão de cada dia”, que toda pessoa lembra do que alimenta a sua existência.  


“Pai nosso [...], dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.”

Um comentário:

  1. Amém! Que o nosso anseio por Deus seja cada vez mais constante e intenso.

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