sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Será hoje?

No mar da graça navego. 

E uma tempestade enfrento. 

É uma imensidão.

Olho para todos os lados

Nada vejo.

Nadar?

Quem sabe...

Não sei o que fazer

E o barco, tenho impressão, vai revirar.

 Será hoje?

Eu pensei conhecer 

Sabia sem me enganar

Para onde navegar. 

Dúvidas surgem.

 Qual caminho tomar?

 Olho a bússola:

É ela que me salvará? 

Não! 

O meu socorro vem 

Do que está por cima da tempestade. 

E ele é quem me guiará para águas tranquilas.

Um só coração

Um de em com o outro
Um encontro a dois
Há dois anos pois,
Tudo que era dois
Virou um.
Antes, é se dois?
Hoje, S2
Hum... Coração,
Hoje temos
Um só coração!

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Como se fosse a última vez

A hora de ir à tua casa se aproxima. Penso se tenho ido no modo automático. Ou não. Se me banho, me arrumo, me perfumo e vou à tua casa com a ideia de que esse, o dia de hoje ser, talvez, a última chance que tenho de te encontrar. Penso e vejo que a posição que tenho tomado é a do desleixo, penso que a vida ainda será longa por que hoje, ainda sou jovem (e quem disse que a duração da vida tem alguma relação com os meus poucos anos?!). 

Mas tento não me prender a isso e nego esse paradigma. Imagino que terei anos duradouros pela frente e por isso vou ao teu encontro de qualquer jeito. Penso que ainda terei várias oportunidades para ir, como se fosse a última vez e finalmente chegar o momento de aproveitar tudo o que tiver ao meu alcance. Ainda terei chances de me preparar adequadamente. Ainda conseguirei ir ao teu encontro com o coração aberto e a mente vazia. O coração aberto para te sentir. E a mente vazia para não pensar nas coisas temporais que passam diante dos meus olhos. Com o coração aberto para sentir o teu afago. Com a mente vazia das preocupações do cotidiano. Com o coração aberto, pronto para afastar todas as angústias da minha alma. Com a mente vazia para quebrar todos os sofismas. 

Ora, e se, eu soubesse que hoje fosse minha última oportunidade de te olhar, como eu iria até você? Com certeza usaria a minha melhor roupa, o meu melhor perfume, me prepararia da melhor forma, aproveitaria cada momento. Estaria diante de ti, não apenas fisicamente como o tenho feito, mas também com todo o meu entendimento, com toda minha alma e com todo o meu coração. Cada momento seria único e o levaria comigo para a eternidade. Mais ainda, e se, toda vez que, quando estivesse me arrumando para ir ao teu encontro, eu me comportasse como se essa fosse a última vez?


terça-feira, 9 de setembro de 2014

No horizonte, o retorno

Caminho à paz, sós; lentos
pela estrada que me
levará para lá.
Com a vista baixa,
olhando o solo, à ri do caminho,
penso em dez, animar...
O calor do sol que és, quente!
Ah, minha nuca!
À uma temperatura
capaz de dê, reter
a própria excalibur.
O suor és, correndo
cá, reta, faço;
cá, indo nos meus olhos, 
ardendo minha vista.
Porém ainda tenho
minha visão.
Levanto os olhos e
miro o horizonte.
É lá!
Para lá que irei!
Lá, o lugar onde
há o encontro
do céu com a terra.
Lá, o local em que
a residência do Eterno beija
a morada da humanidade.
Lá, o local do encontro!
O local do retorno da terra ao céu.
O retorno do humano ao Eterno.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Pra mudar o dia

Pra mudar o dia
No levantar da escuridão,
Chegou
Pra virar o dia
No repousar da claridão,
Abraçou
Sorrindo e vindo
Até mim, encostou
Andando e sussurrando
Até mim, carinhou
Abraço e beijo
O meu desejo é
Encontro e vejo
Com aquele que é
No dia, na viração
Com a emoção, admirar
No dia, na viração
Com a razão, venerar
No encontro do sol com o mar
Sozinho penso estar
No desencontro da lua com o mar
Ao meu lado vem estar